Seven Mill Hill, Sexta-feira, 13 de agosto de 2004, 14:30
-Onde aquele garoto se meteu? - Perguntou Katherine.
-Sei não, dona! - Respondeu a empregada que se encontrava por perto.
-Meu Deus, meu Deus! Cadê ele?
-Você tá muito aflita, dona. Quer um chazinho, um calmante, um suco de maracujá, um...
-Não, obrigada. Ai meu Deus! Ele faz 18 anos hoje! Será que o Phillip... Não, ele na tem
coragem suficiente para isso, é uma revelação grave demais para ele conseguir! É isso, ele não está no Angel Hangar, nem conversando com o Phillip! É paranóia sua, Katherine!
Angel Hangar é o nome da “casa” de Phillip. Lá, a conversa continuava:
-Então, eu sou um Anjo... Um Anjo! - Joey pensava alto.
-Sim, Joey, um anjo.
-Um mítico homem alado, um anjo!
-Sim, mas para libertar suas asas leva um tempo.
-Você as tem?
-Sim.
-Pode me mostrar, só para eu poder ter uma ideia?
Nesse momento, uma luz inunda toda a sala onde estavam, obrigando Joey a fechar seus olhos. Quando acaba, ele percebe que Phillip já não tem mais as mesmas roupas de antes.
Usava uma túnica branca, com aquele mesmo estranho símbolo no peito. Empunhava uma espada, uma belíssima espada, e suas asas eram brancas, como a neve, talvez até mais brancas.
-Assim é o suficiente?
Joey nem sequer tentou dizer nada. Sabia que aquilo era impressionante demais para que qualquer palavra saísse de sua boca.
-Ora, garoto, aquela luz não é natural da transformação. Eu só a coloquei para você não ver como ela ocorre, porque a expectativa fica, menor, mas fica.
E volta a se transformar em humano.
-O que a senhora disse?
-Nada, só estou pensando um pouco alto.
-A senhora parece preocupada com algo, quer me dizer o que?
-É melhor não, é um segredo de família...
O silencio tomou conta do lugar até que, uns 30 minutos depois Katherine se levanta com pressa:
-Eu vou lá!
-Lá onde, dona?
-No Saint-Sebastian, para tentar descobrir o motivo da demora desse moleque!
-Precisa de companhia, dona?
-Não, obrigada. Termine de lavar essa louça, é o melhor que você faz. Volto em breve.
Nessas palavras, ela sai. Ela não ia, realmente, ao Saint-Sebastian, ia à Angel Hangar descobrir se o motivo do estranho desaparecimento de Joey tinha alguma ligação com seus 18 anos...
-O que quer dizer esse símbolo no seu peito? - Pergunta Joey
-Isso são dois símbolos colocados perto um do outro. O primeiro é uma Cruz-espada, o segundo é um Ankh com um Tao no centro. É o símbolo dos Anjos, até hoje ninguém sabe por que...
-Legal. Mas para que servem os Anjos?
-Bem... Eu deveria lhe contar a história toda, mas sinto que você não está preparado para ouvi-la. Mas é basicamente para proteger a humanidade e toda aquela conversa, além de...
-Recuso. - Interrompeu Joey.
-Recusa o que?
-Ser um Anjo.
-Não tem isso de recusar ou não, está no seu sangue.
-Ótimo, eu serei um anjo, mas não serei igual a isso que você disse. Não quero nem saber disso de “humanidade”.
-Por quê?
-Por que foi a humanidade que estragou toda a minha vida! Por culpa de um motorista bêbado, meu pai está morto, bem como meu tio que eu nem cheguei a conhecer, eu não sei de nada da minha família, ou mesmo da minha vida, que é uma desgraça, e...
-Você conheceu Sara. Veja o lado bom das coisas, garoto!
-O que tem de mais a Sara?
-Você a ama, e ela ama você. Não negue, garoto, eu sei que é verdade.
-Não me chame de garoto!
-E não mude de assunto! Veja, a muitas coisas que você ainda não sabe, você tem motivos
suficientes para se tornar um de nós, tenha certeza!
-E porque não me conta?
-Por que ele é um inútil! Disse uma voz vinda de fora
E Joey tinha certeza de quem era.
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